No último final de semana o Isac, um bebê de dois anos e dois meses, fez a famosa travessia de Petrópolis – Teresópolis, na Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro. Acompanhado de seus pais, o fotógrafo e guia de montanha Anderson Pasinatto, e a contadora Geisa Simão, eles encararam com o bebê os 30 quilômetros da clássica travessia.

A família já se aventura com o Isac desde quando ele ainda estava na barriga da mãe. Depois de seu nascimento, as aventuras continuaram. O bebê acampa com frequência e já fez trilhas no Parque Estadual dos Três Picos e foi até mesmo para o Jalapão, no Tocantins. No perfil do Instagram @poraicomisac os pais compartilham as viagens e dicas para se aventurar com crianças pequenas. A família se preparou para a travessia de Petrópolis – Teresópolis fazendo outras trilhas longas e técnicas na região da Serra dos Órgãos e também a subida na Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro.

Isac na primeira parada da travessia, o Abrigo Açú – Foto: Arquivo Pessoal

“Não sabemos se uma criança tão jovem como o Isac já fez a travessia. Os guardas do parque só sabiam de crianças que foram até a Pedra do Sino e o Castelo de Açu, mas não que fizeram o trajeto completo”, conta Anderson.

E não pense que fazer a travessia de Petrópolis – Teresópolis com um bebê é mole. O desafio da família começou já na preparação dos equipamentos, levando muito mais do que uma pessoa sozinha costuma carregar.

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“A Geisa estava com uma cargueira de 65 litros, carregando 16 kg, com roupas dela e do Isac, sacos de dormir, comida e água. Era uma mochila muito pesada, principalmente para uma travessia como esta, em que normalmente se leva entre 12 e 13 kg”, afirmou Anderson, que já havia feito uma vez a travessia. E foi ele quem levou mais peso: o pai  carregou o Isac, que pesa 14 kg, mais sua mochila com outros equipamentos, comida e água, um total de 34 kg.

Para fazer a travessia, Anderson carregou o Isac em uma mochila para transportar crianças e ainda levou sua mochila, ao todo um peso de 34 kg – Foto: Arquivo Pessoal

Mas calma, a família teve apoio de um casal de amigos que esteve com eles durante toda a travessia. “Nossos amigos Rômulo e Isabela nos ajudaram muito. Muitas vezes a Isabela ficava com o Isac para conseguirmos montar a barraca e demais equipamentos. O apoio deles fez toda a diferença.”

A travessia de Petrópolis -Teresópolis geralmente acontece em três dias. No começo, enfrenta-se uma longa subida, de 7 km, com 1.100 metros de ascensão, dividida em dois trechos. O primeiro mirante é a Pedra do Queijo, e um pouco depois se chega ao Ajax. Em seguida inicia-se a Isabeloca, uma subida pesada aos Castelos de Açú. Próximo aos Castelos do Açu existe um dos dois Abrigos de Montanha ao longo da Travessia (o outro sendo na Pedra do Sino) e a área de camping adjacente. Este é o local do primeiro pernoite.

“Além do peso, tivemos o desafio dos obstáculos na travessia. O primeiro dia, que é uma subida bem íngreme, com pedras, degraus, sob muito sol, foi bem sofrido. E no segundo dia tem muita subida”, relata o pai.

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Em trechos com menos obstáculos, Isac caminhava com os pais – Foto: Arquivo Pessoal

Entretanto, apesar do esforço, para a família, a experiência foi a melhor possível, pois o clima estava estável. O casal também teve toda uma preocupação com as roupas de frio do Isac, pois nesta época do ano, no alto da montanha, a temperatura pode ficar abaixo do zero.

“O Isac interagia com todo mundo que também estava na trilha. Todo mundo queria brincar com ele, pegar no colo. Além disso, são em viagens como esta que o Isac dorme melhor, fica mais calmo, socializa melhor, pois ele gosta de ficar livre e solto”, observa pai.

Para a mãe de Isac, Geisa, o contato de todos eles com a natureza proporciona mais aproximação entre eles. “Como vivemos nesse mundo corrido, trabalho o dia todo fora acabo ficando pouco com Isac e Anderson. E são nessas aventuras que podemos passar mais tempo juntos.”







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