As armas de Isaquias

NO CAMINHO: Isaquias há uns anos, quando ainda era anônimo no esporte

Na mesma olimpíada em a seleção brasileira de futebol conquistou a inédita medalha de ouro, o remador baiano Isaquias Queiroz, de 22 anos, brilhou nos noticiários porque conseguiu uma marca impressionante: se tornou o primeiro brasileiro na história a conquistar três medalhas em uma única olimpíada (prata na canoa individual 1.000 metros, prata na canoa dupla 1.000 metros e bronze na canoa individual 200 metros).

Apesar da pouca idade, sua batalha no esporte é de longa data. Recentemente reconhecido pelo Comitê Olímpico Brasileiro entre os melhores atletas do país, Isaquias já obteve resultados expressivos nas principais competições internacionais de canoagem de velocidade.

A seguir, relembramos um pouco a trajetória dele, que também foi um dos Outsiders 2016.

ISAQUIAS QUEIROZ DOS SANTOS

NATURAL DE:
Ubaitaba (BA)

IDADE:
22 anos

ESPECIALIDADE:
Canoagem de velocidade

PRINCIPAIS FEITOS:
É bicampeão mundial e campeão pan-americano de canoagem de velocidade, modalidade que ele ajudou a tornar uma das principais chances brasileiras de medalha olímpica  

PATROCINADORES
Ministério do Esporte (Plano Pódio), Petrobras, Samsung.

(+) @isaquias

ENQUANTO SE PREPARAVA para sua primeira Olimpíada, este remador já vinha fazendo história. O nome de Isaquias Queiroz começou a aparecer nos noticiários em 2013, ao conquistar, na Alemanha, duas medalhas inéditas para o Brasil no Campeonato Mundial de Canoagem de Velocidade – uma de ouro (na categoria C1 500 metros) e outra de bronze (na C1 1000 metros). Desde então, o atleta vem mantendo o excelente rendimento. Foi novamente ouro na prova C1 500 metros durante o Mundial na Rússia em 2014 e, no ano seguinte, autografou definitivamente seu nome entre os melhores da modalidade ao conquistar duas medalhas de ouro (C1 200 metros e C1 1000 metros) nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá. Nesse mesmo evento, Isaquias também conseguiu a prata na categoria C2 1000 metros, formando dupla com o conterrâneo Erlon de Souza, seu parceiro na conquista da medalha de prata na canoagem de velocidade (1.000 metros). Um mês depois, o duo Isaquias e Erlon ainda se tornaria campeão mundial na Itália.

A história de Isaquias na canoagem se iniciou em 2005, quando ele tinha 11 anos e dava as primeiras remadas no Rio de Contas, em Ubaitaba (BA). “Comecei por meio do programa Segundo Tempo, criado pelo Ministério do Esporte”, lembra. “E acho que, se houvesse mais investimentos na modalidade, teríamos muito mais remadores de ponta vindos das regiões Norte e Nordeste.”

A canoagem de velocidade é um esporte de explosão, mas que também coloca a resistência do atleta à prova em distâncias mais longas, dos 1.000 metros em diante. Para Isaquias, no entanto, não existe segredo para mandar bem em todas as categorias. “Meus resultados são consequência do fator ‘idade perfeita’ e dos meus treinamentos.” Apesar de dar crédito a todos os mentores que cruzaram seu caminho nesta última década, ele faz questão de destacar o trabalho do espanhol Jesus Morlán, técnico da seleção brasileira de canoagem desde 2013. “De lá para cá, pude evoluir muito em competições internacionais.”

Uma das qualidades de Isaquias é não deixar que a pressão que costuma anteceder eventos importantes interfira no desempenho, uma arma que ele sacou para atingir seu maior objetivo até hoje: a conquista de três medalhas olímpicas na Rio 2016.

(Matéria original publicada na Go Outside de março de 2016)







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