Navegar é preciso


Se acostumando: Sarah passará boa parte de sua jornada assim, a bordo de um caiaque

Por Octávio Germann, da Go Outside online

No último dia 1 de abril, a aventureira britânica Sarah Outen partiu rumo a dois anos e meio de viagem ao redor do mundo. Valendo-se apenas de uma bicicleta, um caiaque e um barco a remo, a moça parte na ousada expedição London2London, que dará uma volta no planeta partindo da cidade de Londres e retornando à capital inglesa 30 meses mais tarde.

A bordo de seu caiaque, Sarah navegará pelos rios Tâmisa e pelo Canal Inglês até chegar a solo firme, na França, ponto de partida de sua travessia de bike. Em duas rodas ela atravessará a Europa e a Ásia até atingir o oceano Pacífico. Superada essa etapa, a aventureira pegará seu barco e navegará pelo Pacífico Norte, atingindo Vancouver, no Canadá. Dali partirá novamente de bicicleta até Nova York, no leste dos EUA. Ufa!

Provavelmente já estaremos em 2013 quando o barco da inglesa deixar o solo americano rumo a Londres percorrendo milhares de quilômetros ao longo do Atlântico. No meio de toda essa adrenalina, Sarah arruma tempo para atualizar seu blog de viagem e até para bater um papo com a Go Outside online.

Go Outside – Como surgiu a ideia de London2London?
Sarah Outen
– Surgiu durante minha expedição ao longo do oceano Índico em 2009. Ali, em alto mar, a bordo do meu barco a remo, pensei que seria ótimo explorar também os pedacinhos verdes do planeta.

Go Outside – Como foi sua preparação para esse grande desafio?
Sarah –
Na parte física, pratiquei pilates em um excelente centro de reabilitação e preparação física inglês chamado Cambrige Core. Também naveguei com meu caiaque pelo litoral da ilha de Menorca, próxima à Espanha, e pedalei na Irlanda. No entanto, minha preparação não se resume só ao lado físico. Para conseguir verba para a viagem, viajei milhares de quilômetros à procura de patrocinadores e palestrei sobre as minhas experiências durante a expedição ao Índico. Há também um enorme planejamento de rotas que é muito desgastante, mas no final foi tudo gratificante. Estou supersatisfeita.

Go Outside – Na sua opinião, qual será a parte mais difícil da viagem?
Sarah –
Sinceramente, a expedição por si só já é uma coisa de virar o estômago. Estaria mentindo se dissesse que não tenho medo. Sem dúvida, existem as partes mais complicadas. As grandes rodovias são um pedaço assustador. Há sempre a possibilidade de ser derrubado da bicicleta ou esmagado por um caminhão. É preciso de muito foco.

Go Outside – Como você lida com a solidão durante o tempo no mar?
Sarah
– O período em alto mar é complicado. Houve momentos durante a expedição ao oceano Índico em que me senti fisicamente horrível, nunca havia ficado tão cansada em toda a minha vida. A solidão piora esse quadro. Recorri a meu Ipod com milhares de músicas e separei meus livros preferidos. Cantar e ler me fazem muito bem quando estou me sentindo sozinha.







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