Frente fria


CENÁRIO: Gelo, pedras e o monte St. Elias, paisagens constantes no surf no Alasca

Por Mark Sundeen

Foto por Stephen Zeigler

As ondas não são grandes, mas são longas e lisas, e são só das garotas. Elas se revezam nas esquerdas que quebram, uma após a outra, na praia de areia cobertas de pedras arredondadas e algas marinhas. Além da arrebentação, o oceano está macio e calmo.

Não foi fácil chegar neste pico. Levou três vôos em um dia inteiro de viagem, saindo de Los Angeles, e na manhã seguinte um barqueiro local nos trouxe num esquife através da baía. Carregamos as pranchas pelo istmo de uma pequena ilha até esta praia, onde o fim de uma ondulação está entrando pelo Pacífico.

Mas aquelas árvores alinhando-se na praia não são palmeiras – são pinheiros típicos do Alasca. Além da arrebentação, um barco com pescadores de salmão passa ruidosamente, e do outro lado da baía, envolvido por nuvens, está o terceiro ponto mais alto da América do Norte, o Monte St. Elias, com 5.490 metros. Estamos muito mais perto do Pólo Norte do que do Equador, o que explica por que a hexacampeã mundial de surfe Layne Beachley, talvez pela primeira vez em sua carreira de 16 anos, vestiu um casacão que chegava até seus calcanhares para dar uma olhada nas ondas esta manhã.

Jogada no Golfo do Alasca, 4.800 quilômetros a sudeste de Anchorage, a vila pesqueira de Yakutat (população: 700 pessoas) não pode ser alcançada por estrada e tem serviço de balsa somente duas vezes por semana. Mas Beachley e alguns dos melhores surfistas do mundo enfrentaram a água gelada, o clima encharcado e os vôos intermináveis para sentirem um gostinho de surfe de expedição de verdade, com direito até a spray contra ursos. Beachley, 33, está aqui com a amiga de 22 anos e surfista australiana profissional Claire “Bevo” Bevilacqua e Colleen Mehlberg, uma surfista de 18 anos de San Clemente, Califórnia. O trio e uma equipe de fotos viriam para cá para fazer uma matéria para uma revista de surfe feminino, mas a sessão de fotos foi cancelada e elas decidiram vir de qualquer maneira e vender as imagens para alguma outra publicação.

Elas não são as únicas a desembarcar em Yakutat: sua missão de primeiras-surfistas-profissionais-mulheres-no-Alasca coincide com a peregrinação anual de outro grupo de dez surfistas profissionais, trazendo junto uma equipe de sete patrocinadores e cinegrafistas. Setembro é uma época boa para surfar aqui, já que a calmaria do alto verão já passou, mas, mais importante, porque os salmões prateados ainda estão na área e você pode pescar e surfar no mesmo lugar.

Ontem, no minúsculo aeroporto de Yakutat, os surfistas eram fáceis de serem avistados entre os caçadores e pescadores camuflados. Havia Beachley, de jeans e virando cabeças conforme cruzava o terminal. Havia o caçador de ondas grandes Nathan Fletcher, 30, da Califórnia, de olhos vermelhos num moletom da Thrasher. Havia Reef McIntosh, 26, um pró de Kauai (Havaí) e outros três surfistas californianos de Orange County: Ford Archbold, 14, Erica Hosseini, 18, e Jill Jacobs, 26. E chegando de Santa Cruz, também na Califórnia, havia Matt Rockhold, Jason “Ratboy” Collins, Josh Loya, Russell Smith e Josh Mulcoy, uma turma de freesurfers profissionais com idades entre 25 e 36, com as pranchas numa mão e as varas de pescar na outra.

Mulcoy, 35, é meio que a razão por que todos estão aqui. Sua expedição pioneira ao sudeste do Alasca em 1992 o levou à capa da Surfer, numa foto em que ele dropava uma morra em frente o St Elias, coberto de neve. Desde então, uma quantidade interminável de surfistas pró trocou as ondas de Fiji ou Taiti para vir para cá, tornando este lugar de gelo e florestas densas um improvável destino turístico.

As ondas nesta manhã não são daquelas que você viajaria o mundo para surfar, e a temperatura do ar e da água está por volta de 10o C. Ainda assim, há muito o que fazer. Os fotógrafos querem algumas imagens das mulheres reunidas em volta de uma fogueira, vestindo roupas fornecidas por seus patrocinadores. “Tenho dificuldades em dizer não”, me diz Beachley, e ri. Ela é uma celebridade em sua cidade natal, Sydney – ela é a namorada do guitarrista do INXS e é perseguida por paparazzi –, então ela está acostumada com esse tipo de coisa. “Se alguém me pedisse para me posar na chuva de biquíni”, ela diz, “eu provavelmente diria sim”. Mas inclinando-se em direção ao fogo, com a fumaça da madeira secando seu cabelo, Beachley parece contente. Ela senta-se na areia e olha longe no oceano gelado. Surfista profissional ou não, no fim das contas seus motivos para ter feito a longa viagem até o Golfo do Alasca são as mesmas de qualquer pessoa: “Eu tinha que ver por mim mesma”, ela diz.

NINGUÉM SABE AO CERTO QUANTAS ONDAS permanecem não surfadas no Alasca. O estado tem mais de 53 mil quilômetros de litoral, mais do que todos os outros estados americanos somados (Califórnia, o segundo colocado, tem menos de 1.800). Muito dessa costa é inacessível, virada para a direção errada ou protegida dos swells por ilhas e cabos. Mas a pequena Yakutat recebe uma porrada direta do Pacífico na forma de ondas relativamente quentes – chegam aos 15oC durante o verão – que vêm com a corrente Kuroshio, a segunda maior do mundo, depois da corrente do Golfo. As ondas quebram por aqui praticamente o ano inteiro. As ilhas e penínsulas que guardam a baía de Yakutat Bay são como dentes de uma engrenagem, suas saliências projetando-se em todas as direções; com mais de uma dúzia de picos com fundo de areia e coral, se houver qualquer forma de ondulação, ela quebrará em algum deles.

Apesar disso, não há garantias. Na primeira viagem de Josh Loya ao Alasca, em 1993, ele e seus amigos foram deixados numa ilha por um hidroavião. Choveu o tempo todo, e as ondas estavam lamentáveis. “Depois que tomamos todo o whisky”, diz Loya, “ficamos sentados no acampamento o resto da semana.”

Com ou sem boas ondas, há uma sensação de aventura em surfá-las. Na primeira investida de Mulcoy, em 1992, os pescadores que estavam no hotel Glacier Bear acharam que ele e seus três colegas da Surfer eram loucos. “Toda noite, quando voltávamos para o hotel, eles se surpreendiam por ainda estarmos vivos”, ele diz.

Desde então, Mulcoy voltou mais vezes do que consegue se lembrar. Por que? “Apenas para ficar sentado no mar”, ele me disse. “Outros lugares são bonitos, mas nunca vi nada tão dramático como o Monte St. Elias. Ele te dá paz de espírito. E eu não me importo com o frio. Até gosto.”

Mulcoy e os outros são um tipo de surfista pró um pouco diferente dos campeões como Kelly Slater. Freesurfers não competem muito – “não se eu puder evitar”, diz Mulcoy. Em vez disso, eles têm patrocinadores que os mandam ao mundo para fazerem fotos e vídeos. Pode soar glamuroso, mas aqui em Yakutat a tropa de Mulcoy significa 15 caras e três garotas comendo rango enlatado numa casa alugada de três andares batizada de Mansão dos Ratos, que pode cair a qualquer momento. Beachley, Bevilacqua e Mehlberg alugaram um bangalô separado e muito mais ajeitado, com vista para a baía, mas a Mansão dos Ratos fica no centrinho de Yakutat, em frente à loja de bebidas.

Yakutat tem basicamente duas ruas de asfalto que se encontram, cavadas nas florestas e alinhadas com rascunhos de hotéis e lojas (ferramentas, peças de carro) e um banco. Tudo parece estar molhado. Esta semana a cidade está tão cheia quanto pode ficar. É o auge da temporada do salmão prateado, e todos os dez hotéis estão lotados. A frota inteira de vans para aluguel está fora, sacolejando pelas estradas lamacentas.

Mas os surfistas estão trazendo progresso para Yukatat. Ao longo dos anos, os donos da cidade perceberam que o surfe poderia ser um bom negócio, e hoje, personificados pelo maior apoiador do surfe de Yakutat, Jack Endicott, de 54 anos, vêm estendendo o tapete vermelho para esses esportistas. Endicott é o responsável pelo Serviço Nacional de Meteorologia neste pedaço de 370 quilômetros de litoral que vai de Fairweather ao cabo Suckling; ele também é pai de sete, o cabeça da comunidade mórmon local, e dono da Icy Waves Surf Shop, que funciona no fundo de sua casa. Um surfista de cadeira, como ele se auto-descreve, ele é um comitê de boas-vindas de um homem só, apresentando os visitantes para os garotos locais que viram suas fotos nas revistas, fornecendo peixe de seu próprio freezer para o jantar e prevendo onde as ondas quebrarão melhor.

Com Endicott na liderança, o conselho municipal aprovou uma homenagem a Mulcoy e Beachley, proclamando que o surf é uma indústria turística viável. Eles imprimiram a homenagem num papel laminado amarelo e deram uma festa com muita bebida, bufê de salmão e até almôndegas de jacaré enviados para a ocasião por um caçador da Flórida que costuma pescar por ali.

Mulcoy e Beachley aceitaram as homenagens graciosamente. Um pianista começa a tocar, um Chihuahua solta um ganido ao ser pisoteado. Um outro cachorro, um poddle molhado, começa a esfacelar uma baleia de pelúcia, depois vomita. É uma festa e tanto.

CERTA MANHÃ, LOGO APÓS O AMANHECER, Fletcher e eu estamos chacoalhando por uma estrada de terra numa caminhonete alugada, procurando por ondas. O pára-brisas está todo trincado e o aquecedor não funciona, então abrimos as janelas para desembaçar o vidro.

Fletcher vem de uma família surfista: seu pai, Herbie, e seu irmão, Christian, eram profissionais. Ele desistiu do esporte no fim dos anos 90 para se dedicar ao skate e ao snowboard, e quando voltou ao surfe, alguns anos depois, começou a lançar manobras aéreas inéditas e fazer tow-in na ainda desconhecida Teahupoo, no Taiti. Ele foi atleta da equipe Quiksilver por um tempo, então largou tudo abruptamente. Num esporte que vende a mitologia do desajustado rebelde, Fletcher surge como um solitário de verdade.

Nathan Fletcher tem 30 anos, mas pelas rugas em seu rosto você diria que tem mais. Ele tem um olhar endurecido mas inocente, como uma foto de um ídolo adolescente fazendo cara de mal. Conforme dirijo, ele não fala de sua família, seu surfe, seus patrocinadores, nem nada. Descobrimos que ambos moramos em trailers, ele em Orange County e eu em Utah, e então ficamos em silêncio, passando por pedras e poças ao som dos limpadores de pára-brisas.

Emergimos da floresta e seguimos uma estradinha arenosa até a praia.

“Águia”, ele diz.

Num tronco retorcido, uma águia careca está empoleirada, sua cabeça do tamanho de uma bola de futebol. Ficamos observando-a. Estamos numa baía espelhada, a neblina se erguendo das sempre-vivas e glaciares à distância e avançando lentamente em direção ao mar. Não há ondas, e quando o resto dos surfistas chega, eles decidem ir pescar salmão de uma ponte alguns quilômetros para trás. Ratboy e Rockhold têm barcos de pesca em casa e não se importam muito por não haver surfe. Vieram aqui para pescar.

“Ninguém quer surfar?”, Fletcher resmunga.

Parece que não, então seguimos em frente. A floresta está compacta, as poças mais fundas que a metade dos pneus. Depois de 45 minutos, quando finalmente chegamos num pico que parece estar quebrando decentemente, Fletcher fica analisando-o por um longo tempo. “Não sou tão exigente quanto certas pessoas quanto às ondas”, ele diz. Elas estão pouco acima da cabeça, rápidas e poderosas e quebrando numa pedra. Não quero entrar, e Fletcher não quer cair na água sozinho. Bem quando ele decide voltar para convencer alguém a cair com ele, os outros chegam. Eles pescaram somente um salmão e estão prontos para surfar.

No fundo do mar, esperando a série com Fletcher estão Mulcoy, Loya, Ratboy, Smith, Rockhold, McIntosh e Archbold. Na primeira onda, vejo alguém desaparecer num tubo por três segundos, então emergir de pé. Os caras lançam aéreos dos lips gelados. Navios de cruzeiro passam no horizonte. Fletcher sai primeiro, e quando os outros remam para a praia, ele já está dormindo, sentado no carro, com a cabeça apoiada na janela.

O LUGAR POR QUE PROCURO FICA ALGUNS QUILÔMETROS PARA O INTERIOR, num assentamento de caixas judiadas pelo tempo e rodeadas por arbustos duros e agressivos. Depois de tocar algumas campainhas erradas, finalmente acho a casa, com pranchas de surfe encostadas sob a entrada e uma pequena placa em que se lê “Icy Waves Surf Shop”. Bato na porta de trás e Jack Endicott me deixa entrar. Com uma barba branca e uma camiseta florida, ele parece um Papai Noel havaiano.

Endicott nunca se viu como um surfista. “Cometi o erro de levar meus filhos pro Havaí, e eles se apaixonaram pelo esporte”, conta. Ele se mudou para Yakutat em 1980 – depois de ter trabalhado para o Serviço Nacional de Metereologia em Utah, Nebraska e Alasca –, conheceu e se casou com uma garota local, se converteu ao mormonismo e começou uma família. Endicott rapidamente percebeu que equipar sete adolescentes com pranchas e roupas de borracha iria fali-lo, então em 1999 ele abriu a loja para poder comprar tudo a preço de custo. Seis anos mais tarde, ele estima que 400 visitantes por ano toquem sua campainha e, apesar de apenas cerca de 50 deles serem surfistas, ele e sua esposa, Laura, fazem uma grana vendendo camisetas enaltecendo o extremo litoral norte.

Mas a verdadeira paixão de Endicott é a metereologia. Sua mente é um almanaque de direções de ondulações, tábuas de marés, velocidades de vento e índices pluviométricos. “Cara, isto não é demais?”, ele diz, clicando com seu mouse num poster autografado de Greg Noll dropando Waimea. Ele acaba de descobrir o GoogleEarth, e está me levando por um passeio satelital nos picos de surfe de Yakutat. Por causa de ventos imprevisíveis e porque as marés locais podem flutuar em até 5 metros, as condições mudam rapidamente.

“Este pico aqui só quebra com um swell grande de sudoeste e uma maré baixa”, ele diz, apontando um ponto na baía. Ele espia seu relógio. “Até você chegar lá, não haverá mais onda. Amanhã de manhã estará bom, mas no dia seguinte estará flat de novo.”

Agradeço as dicas, mas não acredito muito. Mas meia hora depois, quando chego à praia coberta de madeiras trazidas pela maré, vejo que deveria ter acreditado. A água onde há pouco as ondas quebravam está lisa como um espelho. No dia seguinte, chego lá precisamente na maré baixa e encontro o mar exatamente como ele previu. Há um único surfista no mar. Ele me conta que voa de Juneau, capital do estado do Alasca, sempre que um swell bom se aproxima. Não sei se ele se qualifica como um local, mas nunca fui tão bem recebido no pico de surf de outro cara. “É bom ver mais alguém na água”, ele diz. “Já me acostumei a ser o único no outside.”

Surfamos juntos, com séries entrando atrás de séries. A praia está cercada de floresta densa, e do outro lado da baía a neblina sobe apenas o suficiente para mostrar um glaciar e a base nevada do St. Elias. Deixe-me repetir isso: estou surfando ondas incríveis com um glaciar no meu campo de visão. A água adormece meus dedos e meu rosto, mas depois de um tempo não parece estar tão frio – nada pior do que o norte da Califórnia, pelo menos. As ondas levantam-se do nada, esquerdas vítreas que surfamos por algumas centenas de metros, até a arrebentação. Depois de uma hora, a maré sobe tão rápido que dá para vê-la escalar a praia. Tão rápido quanto as ondas chegaram, elas somem, deixando a pequena baía calma novamente.

HÁ UMA FESTA NA MANSÃO DOS RATOS. Rockhold e Ratboy estão assando peixe, e convidaram Beachley, Mehlberg e Bevilacqua. Uma pilha de filés de salmão pescados aquele dia está na pia. A TV está ligada, Reed e Russell estão jogando pebolim, e Ford Archbold está deitado no chão, dentro de uma cintilante capa de prancha prateada. Surge na TV um comercial com Andy Irons, o campeão mundial de surfe, vendendo uma rede de fast-food. “Você deve estar me zuando”, alguém diz, em voz alta.

Um dos surfistas zapeia para um canal de pornografia leve. As convidadas chegam. Ninguém parece achar que seria legal desligar a pornografia para deixar as convidadas do jantar mais à vontade. Rockhold empilha os filés de peixe num prato ao lado de uma travessa de purê de batata instantâneo e uma panela de vegetais grelhados. Todo mundo faz fila para se servir, e sentamos em volta de TV para comer. A galera está cansada, e planeja acordar cedo para surfar.

Depois do rango, Fletcher, Smith, Rockhold e eu vamos para o bar do hotel Glacier Bear. É dia das mulheres, apesar de poucas terem se animado a aparecer. Pescadores estão jogando sinuca. Uns poucos bêbados estão na pista de dança. CNN pisca numa TV.

Fletcher está silencioso, mamando uma Sprite. Pergunto a ele o que fez hoje. “Surfei um pouco. Fiquei por aí. Olhei pras paredes”.

Então um cara senta-se ao lado de Fletcher e se apresenta. Ele é um local, surfista, pescador comercial e piloto helicóptero. Voou pra cima e pra baixo no litoral num hidroplano. Ele já viu muitas ondas. Fletcher se anima. O cara conhece uma ilha vulcânica que acha que pode segurar um swell de 7 metros. Um suave declive de escombros vulcânicos forma a praia da ilha, o que produz tubos nunca antes surfados. Fletcher emerge de seu capuz, seus olhos brilhando. Ele se inclina para a frente e dá um tapinha na mão de Smith. “Escuta só o que este cara está dizendo.”

Smith se aproxima enquanto o cara fala. Ele não precisa de mais nada para se convencer. “Vamos lá”, ele diz.

“Deixe ele terminar”, diz Fletcher.

A mente de Smith já está a milhão, pensando nos detalhes logísticos. Ele quer saber que tipo de barco, que tipo de avião, que época do ano, a que distância. Se o Alasca é a última fronteira do surfe, Yakutat é só o portão de entrada. Quem sabe o que mais há para se descobrir?

“Deixa ele terminar”, Fletcher repete. O luminoso da Budweiser está piscando logo acima de sua cabeça. Fletcher se inclina atentamente, mas seus olhos estão serenos e distantes, sua mente a quase 5 mil quilômetros a sudoeste, onde uma tempestade tropical está açoitando um swell e empurrando-o para o norte, até que um belo dia ele irá colidir com este recortado litoral vulcânico. Ele já pode ver as ondas.

“Agora”, ele diz, virando-se para o local. “Nos fale mais sobre essa ilha.”


(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de fevereiro de 2007)







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