Sexo forte


PODER FEMININO: WIAR quer se tornar o circuito mundial de corrida para mulheres

Por Cassio Waki

Foram 60 atletas divididas em 30 duplas na terceira edição do WIAR. Elas percorreram 100 quilômetros – com desníveis de até 2.200 metros de altitude – entre trekking, natação, escalada, bike, patins e orientação (navegação). Como ocorreram nas duas primeiras edições, mulheres de diversos oito países meteram as caras na aventura e se saíram muito bem. Em apenas 6h45, as donas da casa Mônica Aguilera e Vero Gil bateram as favoritas norte-americanas da Rubicon USA, Rebecca Rusch e Danelle Ballangee, que fecharam a corrida em 6h56.

O Brasil não poderia ficar de fora. A única representante, este ano, foi Karina Bacha que teve como companheira de equipe a francesa Aurore Ivaldi. A dupla franco-brasileira alcançou a 11ª colocação em 11h13. “Participar de uma competição só de mulheres é interessante por vários motivos. Além de existir uma igualdade psicológica e física, é uma oportunidade de entrar mais meninas nesse esporte, sem o medo de fazer parte de uma equipe, geralmente, com mais três homens e ainda ser a mais fraca – aliás, muitas vezes não é isso o que acontece”, diz a brasileira, que está no cenário de corridas de aventura desde 1998 com a primeira edição do EMA, e fez parte das equipes Lontra e Atenah. “É muito legal comprovar que as mulheres podem orientar e liderar uma equipe”.

A criadora do evento, a espanhola Emma Roca, que também é atleta, sentiu a necessidade de criá-la para que mais mulheres pratiquem o esporte. “Ainda é um número pequeno de mulheres que participam de corridas de aventura, infelizmente. Então, é uma oportunidade para que comecem no esporte mais à vontade, como uma forma de se preparar para encarar os homens”, revela. “O machismo também é uma das razões, pois os homens pegam a primeira mulher que encontram para formar uma equipe e, na hora da corrida, há muito desrespeito”, completa.

Se depender de Emma, a corrida de aventura para mulheres só tende a crescer. Seu maior objetivo junto à equipe organizadora de 40 voluntários é criar um circuito mundial e, segundo ela, o Brasil já sinalizou um bom interesse para servir de sede para uma das etapas. “Os EUA também querem organizar uma”, anima-se Emma. As inscrições para o WIAR 2006 podem ser feitas pelo site www.raidwiar.com a partir de outubro deste ano. Além da grande prova, Emma e sua equipe também irão organizar outras cinco pequenas provas dentro da Espanha. Só para mulheres, claro.

(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de agosto de 2005)







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