Minha praia

ISABEL CLARCK: Quanto mais frio e mais alto, melhor

Por Cassio Waki
Fotos por Divulgação CBDN

É com muita calma e tranqüilidade que há 10 anos a carioca Isabel Clark, 28, conquista tudo o que pode no mundo branco e gelado do snowboard. No mês passado foi assim: Isabel recebeu sete prêmios na festa comemorativa dos 20 anos de esportes de neve no Brasil, organizada pela Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN). Entre eles, estava o Prêmio Brasil Olímpico (pelo Comitê Olímpico Brasileiro, o COB), Atleta do Ano no Snowboard (CBDN), além do título pelos 10 campeonatos brasileiros consecutivos e pela inédita vaga olímpica que Isabel conquistou no início deste ano. Pela primeira vez, uma atleta sul-americana vai participar dos Jogos Olímpicos de Inverno, que acontecem em 2006 em Turim, na Itália.

A vaga foi conquistada na Copa do Mundo da Espanha, em março. “É uma recompensa muito grande por todos os anos de dedicação e paixão pelo que faço”, conta Isabel, que quer ampliar o sonho e ser a primeira sul-americana a ganhar uma medalha na Olimpíada. “É difícil, mas não impossível. Hoje estou entre as 15 melhores do mundo. Até os Jogos terei quatro competições internacionais em que poderei melhorar meu desempenho para chegar entre as quatro melhores em Turim”, diz.

A história da carioca se confunde com a do snowboard brasileiro, que começou a ser praticado há 10 anos na Argentina e no Chile. Até os 17 anos, Isabel competia no hipismo, que virou lazer quando ela teve o primeiro contato com a neve. Na maior parte do ano, Isabel mora em Valle Nevado, no Chile, mas quando está no Rio de Janeiro não deixa de treinar. Ela adaptou uma plataforma em sua casa para simular a largada da modalidade boardercross, sua especialidade, em que quatro atletas percorrem um circuito e os dois primeiros vão se classificando até a finalíssima. “Na falta de neve, eu uso meu skate, minha outra paixão”, diz.

(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de julho de 2005)