Supercine


QUEDA LIVRE: Laird Hamilton literalmente despenca em Peahi, Havaí

Por Endrigo Chiri Braz

Foto por Divulgação

Desde sempre, o americano Stacy Peralta, 48 anos, esteve um passo à frente de seu tempo. Além de ser um dos inventores da modalidade vertical, graças aos intermináveis rolês nas piscinas vazias de Dogtown, em Los Angeles, ele é pioneiro nos filmes de esportes de ação, graças aos vídeos de skate que fez quando era um dos sócios da Powell Peralta, uma das primeiras grandes marcas na história do esporte. Seu primeiro vídeo de skate, chamado The Bones Brigade Vídeo Show foi lançado em 1984 na sala de estar da família Hawk. Aliás, foi ele o primeiro a apostar suas fichas num adolescente magrelo chamado Tony Hawk, que se tornou o maior skatista do planeta. Seu segundo filme,

The Seach for Animal Chin, de 1987, é um clássico absoluto do gênero. Figura na lista dos 10 melhores vídeos de skate de praticamente todos os amantes do esporte, incluindo aí o também cineasta Spike Jonze, que o tem entre os seus filmes prediletos. “Me tornei um cineasta porque queria fazer filmes de skate”, conta Peralta. Dito isso, e analisando o currículo acima, fica mais fácil entender porque seu primeiro documentário Dogtown and Z-Boys [2002] fez tanto sucesso no mundo inteiro, vendeu mais de um milhão de cópias em DVD e foi ovacionado no Festival de Sundance.

O primeiro fruto desse sucesso é seu segundo documentário, Riding Giants [2004], que conta a história do surf em ondas grandes e estréia nos cinemas brasileiros agora em julho. O que pouca gente sabe, em especial aqui no Brasil, é que a mesma propriedade que ele tem para falar de skate, tem para falar de surf. Ele dropa as ondas de Santa Mônica desde os 11 anos e não faz feio no outside. Riding Giants não é um documentário sobre surf, e sim sobre pessoas que surfam. “Quando começamos o filme, estipulamos algumas regras e a primeira delas era que estava proibido, em qualquer entrevista, as seguintes palavras: ‘Surfar é tão maravilhoso que não consigo explicar a sensação. Você precisa surfar para entender’”, esclarece Peralta, demonstrando sua preocupação em entreter o público em geral.

Nesse caso, as pessoas em questão são Greg Noll, Jeff Clark e Laird Hamilton, três lendas do surf que encabeçam cada uma das partes do filme. Greg aborda a Califórnia e as ondas de Makaha e Waimea, no Havaí; Jeff Clark se encarrega do cabuloso pico de Mavericks, na Califórnia; e Laird Hamilton fica com o tow-in e Jaws, também no Havaí. Fortes emoções garantidas – sem contar a aula de história do surf. Agora, se depois de assistir Riding Giants, você ficar ansioso para ver o próximo documentário de Stacy Peralta, esqueça. Ele não tem intenção de ser um documentarista. “Tenho medo de ficar taxado como um documentarista, porque realmente quero ser conhecido como um cineasta. É para isso que estou trabalhando”.


(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de julho de 2005)







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