Velocidade máxima


SPEED RACER: Skatista "downhillzeiro" acelera no RS

Por Endrigo Chiri Braz
Foto por Gregg Segal

A tão aguardada etapa de abertura do Circuito Gaúcho de Skate Downhill rolou no começo do mês na av. Cristiano Fischer, em Porto Alegre (RS), com participação dos melhores downhillzeiros locais, de Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, divididos nas categorias Speed Stand Up Profissional (em que os caras descem em pé no skate, vestidos com macacão de motovelocidade), Stand Up Iniciante e Street Luge (em que o skatista vai deitado numa espécie de rolemã moderno).

E valeu a espera. A ladeira, que não exige muita técnica dos skatistas, por outro lado proporciona uma velocidade digna de multa nos radares eletrônicos. O mais rápido do dia, o gaúcho de São Leopoldo Douglas “DaLua”, 22 anos, que venceu a categoria Profissional, atingiu expressivos 90 km/h e não perdeu nenhuma das quatro baterias disputadas com quatro skatistas cada.

No fim de semana seguinte, DaLua foi ainda mais rápido no campeonato internacional de Teotônio, também no sul, que contou com a presença de três dos melhores atletas do mundo. Além de faturar mais esse título, DaLua disparou a 122 km/h a bordo de seu skate. A marca é maior que a registrada no Guiness Book pelo americano Gary Hardwick (100,66 km/h), mas, apesar de ter sido aferida no GPS, não tem valor para o livro dos recordes porque a comprovação não foi registrada.

DaLua integra a elite do esporte no Brasil que, a muito custo, tenta garantir boas posições nas etapas mundiais que acontecem na Europa. O muito custo não é por falta de talento, e sim por escassez de patrocínio e grana. O speed é a modalidade do skate que recebe menos atenção dos patrocinadores e é das mais caras. Só o macacão de proteção custa aproximadamente R$ 2.000.

“As marcas grandes só querem faturar e não apóiam ninguém. Eu tive a sorte de conseguir ir pra Europa, mas tem muito cara tão bom quanto eu que não conseguiu”, alfineta DaLua, que hoje conta com patrocínio da Action Boards e da Surf Beach e está em oitavo no ranking mundial, a melhor marca de um brasileiro, mesmo correndo apenas três etapas. “Agora, imagina se um brasileiro pudesse correr todas as etapas mundiais?”, questiona ele.

(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de novembro de 2005)







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