Especial verão: dicas

Por Cassio Waki e Osmar Camelo
Fotos por Rafael Assef

SEDE DE QUE?

Poucas coisas substituem um choppinho num fim de uma tarde quente. Confira uma seleção de bares pelo Brasil pra refrescar sua alma

Bar do Jacaré – Fernando de Noronha (PE)

O pôr-do-sol do local foi eleito o segundo mais belo do país, conforme publicado no Guia Guia 4 Rodas, versão 2004. A tradição do local é o Bolero de Ravel que embala o ocaso há 20 anos. Tel.: (81) 3619 1360

Pingüim – Ribeirão Preto (SP)

Você irá apreciar o melhor chope da sua vida. Peça uma porção de carne seca para acompanhar. A filial do centro da cidade é a mais tradicional. Tel.: (16) 3610 8258.

Luiz Nozoie – São Paulo (SP)

Seu Luiz, o dono, criou um jeito diferente de gelar a cerveja. Ele coloca as garrafas quentes numa rede, mergulha na salmoura e deixa por alguns minutos. O resultado é a cerveja mais gelada do mundo. Só não exija muito do conforto do boteco. Tel.: (11) 5061 4554.

Toca do Tubarão – Guarujá (SP)

Fica encravado no penhasco de Sorocotuba. Lá do alto você curte um rock, aprecia o visual e ainda desce até a pedra do Tubarão para curtir um pôr-do-sol. Tel.: (13) 8112 9738.

Mondo Birre – Curitiba (PR)

São quatro ambientes diferentes, incluindo um belo deck na entrada. Destaque para as cervejas inglesas, irlandesas e belgas. Site: www.mondobirre.com.br.

Mormaii – Brasília (DF)

Bar aberto que funciona anexo à loja Mormaii, com vista para o Lago Paranoá. Perfeito para apreciar o pôr-do-sol. Tel.: (61) 3364 6025.

Sobrenatural – Farol de Santa Marta (SC)

Forrózinho do bom. O Sobrenatural fica em cima das pedras da Prainha num visual impressionante. Não tem telefone. Chegando lá, pergunte.

Krug Bier – Belo Horizonte (MG)

Além de oferecer cinco ambientes diferentes, a Krug Bier fabrica sua própria cerveja sem aditivos químicos. Site: www.krug.com.br.

Café du Lage – Rio de Janeiro (RJ)

O casarão antigo abriga a Escola de Artes Visuais e aproveita o verde do Parque Lage. Tel.: (21) 2538 1091.

DELÍCIA NA BRASA

Aprenda a fazer o melhor churrasco da sua vida — para dez pessoas — com as dicas de Paulo Sérgio Zegaib, proprietário do Dinho’s Place, em São Paulo

Ingredientes: 15 lingüiças calabresa, 2 ripas de costelinha de porco, 4 peças de picanha, 2 peças de fraldinha, 4 frangos inteiros sem osso, 8 batatas, 8 cebolas, 2 palmitos, 1 lata azeite extra virgem de 500 ml, 1 ramo de alecrim, 1 colher de sopa de orégano, 20 dentes de alho e 1 pimenta dedo de moça aberta ao meio sem semente.

Churrasqueira: pelo menos 75 centímetros de comprimento.

Carvão: o bom carvão é aquele armazenado em locais secos. Compre quatro sacos de meio quilo. Encharque um pão velho com álcool e coloque o carvão num dos cantos da churrasqueira, com o pão em baixo. Ponha fogo e espere até ficar em brasa. Espalhe-a para obter um calor uniforme.

Espeto: Corte a picanha e a fraldinha em bifes de 2 e 4 centímetros. Os de 2 cm são para as peças bem passadas e os de 4 cm para as ao ponto. Salgue a costelinha e o frango e coloque-os no espeto. Leve-os ao fogo com a lingüiça e depois de 5 a 10 minutos, comece a colocar a carne vermelha, lembrando de salgá-las antes.

Adendo: coloque as batatas, as cebolas e os palmitos, enrolados em papel alumínio, para assar diretamente sobre o carvão. Dez minutos para cada lado. Tire o papel alumínio, a casca da cebola e a casca do palmito, junte tudo numa travessa, corte e regue com o azeite de alho e ervas. Sirva com as carnes.

Tempero: Numa panela, vire toda a lata de azeite e coloque os dentes de alho com casca, a pimenta sem semente, uma colher de sal grosso, o alecrim e o orégano. Ponha em cima da grelha enquanto você faz o churrasco.

Cuidado: a gordura das carnes forma muitas labaredas e é bom você ter uma garrafa plástica pequena de água com a tampa furada caso o fogo fique muito alto.

ÁGUA NA BOCA

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Sushi Leblon – Rio de Janeiro (RJ)

Se você busca um pouco mais de agito, o Sushi Leblon oferece um cardápio bem variado de comida japonesa. Está sempre cheio de gente bonita e você ainda corre o risco de esbarrar em algum famoso. A dica é sentar com a galerinha no deck e pedir uma lula recheada com shimeji e nirá no molho teriaki para começar. Preço médio: R$ 50. Tel.: (21) 2512 7830.


Ronco do Bugio – Piedade (SP)

O nome é bem sugestivo, pois entre uma garfada e outra você pode ouvir o ronco dos macacos bugios. A pousada, que também é um restaurante, fica dentro de um sítio encravado numa reserva florestal e foi construída com material de demolição de quatro fazendas históricas da região. O restaurante tem cozinha contemporânea, que aproveita a tradição da região que produz cogumelos e alcachofras, e cria camarões, javalis e escargôs. Preço médio: R$ XX. Mais informações pelo site www.roncodobugio.com.br.

Lagoa Azul – Florianópolis (SC)

Pode ir sem fome. Até chegar lá seu estômago estará implorando pela famosa Seqüência, prato típico da região, com uma sucessão de camarões de todos os tipos. Para chegar lá, você caminha por uma trilha de uma hora ou pega um barco na Lagoa da Conceição por 40 minutos. Vale a pena comer com um visual de praia e lagoas ao redor à sombra de árvores. Preço médio: R$ 30 (duas pessoas). Informações com o “seu” Lagoa pelo tel.: (48) 9982 4820.

Restaurante da Pousada do Toque – São Miguel dos Milagres (AL)

Estrategicamente fincado em frente ao mar, o restaurante fica numa das mais belas regiões costeiras do Brasil. E nada melhor que a vista do mar para degustar um lagostim no azeite. Outra pedida é a caipiroska da casa: além do limão e açúcar, lascas de gengibre e manjericão. Preço médio: R$ 70 (para duas pessoas). Mais informações pelo site www.pousadadotoque.com.br.

ESTRADA DO SOL

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FORMOSURA

Ao sul do Rio Grande do Norte, pegue a RN-062 e siga alguns quilômetros até Baía Formosa. Por lá você encontra um punhado de praias desertas, ideais para surf e ecoturismo, como as do Sagi, da Cotia, do Urubu e da Cachoeira, onde, como diz o nome, dá para se banhar em águas doces também. Dos pontos mais altos, você pode observar as formações de falésias, arrecifes, dunas e os golfinhos que se aproximam do litoral. Aproveite para conhecer ainda a Reserva do Patrimônio Natural Senador Antônio Farias, onde ficam a Mata Estrela, maior área contínua de mata atlântica sobre dunas do Brasil, e a lagoa Araraquara, mais conhecida como Coca-Cola, graças às suas águas que, apesar de escuras, são ótimas para um mergulho.

DESCOBRIMENTO

Chegar ao Cabo de Santo Agostinho (a 30 quilômetros do Recife) no verão pode ser uma oportunidade de comemorar o descobrimento do Brasil num belo local. Não, não há equívocos na afirmação. O que se ensina na escola por lá é que, no dia 26 de janeiro de 1500, o navegador espanhol Pinzón teria descoberto aquelas terras. O assunto é polêmico entre historiadores, mas o fato é que, aportando no município nessa data, você não vai deixar de notar as comemorações. Afora as pendengas históricas, as praias locais são maravilhosas. Visite a mais famosa e badalada delas, Gaibu, de quase três quilômetros de extensão, com vários restaurantes e bares, mas não se contente com isso. Suba os morros e pedras ao sul da praia e encontre Calhetas, uma pequena, mas muito acolhedora praia de baía, com águas calmas e cristalinas. A vista de cima do morro é de tirar o fôlego. Para alguns, a subida também.

HISTÓRICO

Embora se afaste um pouco do litoral baiano, a BR-101 pode se revelar muito interessante nesse Estado. Entre os municípios de Itabela e Itamaraju, a 14 quilômetros da estrada fica a entrada do Parque Nacional de Monte Pascoal. Além do morro avistado por Cabral em 1500, o local exibe fauna e flora exuberantes. Animais raros e ameaçados de extinção, como o ouriço-preto, a preguiça-de-coleira, a onça, e espécies de gaviões, povoam os 110 quilômetros de perímetro do parque. É possível fazer caminhadas por trilhas, mas antes procure se informar se o clima entre os índios pataxós da reserva contígua está amistoso.


AGUACEIRO

No Espírito Santo, visite Linhares, município de quase 120 mil habitantes (a 135 quilômetros da capital Vitória) onde os atrativos são as lagoas. A principal delas, Juparanã, é a segunda maior lagoa do Brasil em volume d’água, um convite à prática de esportes aquáticos. Suas margens sinuosas abrigam praias — as principais são: das Três Pontas, do Caju, do Linhares Esporte Clube e do Minotauro — com áreas para camping e longas faixas de areia. Além dela, visite também as lagoas Nova e do Durão, onde você pode dar um passeio de chalana em meio à mata atlântica.

PINGA NIMIM

No Rio de Janeiro, mais do que em qualquer outro Estado cortado pela BR-101, a má-conservação da rodovia fica patente. Mas como ignorar, mais ao sul, a cidadezinha de Parati, uma pérola encravada às margens da BR, com seu centro histórico, belos casarões coloniais, e bons restaurantes e pousadas? Um passeio de escuna pela região pode te levar a praias maravilhosas. No caminho para a cidade, às margens da estrada, você vai notar os tradicionais alambiques. Experimente, pelo menos, uma dose da pinga caramelada que eles preparam por lá.


GIGANTE

O pastel do Trevo de Bertioga começou modestamente, à beira da estrada, e foi conquistando paulistanos que desciam para o litoral norte de São Paulo, com seu tamanho excepcional – cerca de 30 centímetros – e recheios variados e generosos. Hoje, virou parada obrigatória para matar a fome em meio a uma viagem pela rodovia. O Rancho do Pastel do Trevo ganhou instalações maiores, no km 226, mas, a antiga pastelaria, no trevo da cidade, ainda funciona e formam-se filas para saborear a iguaria.


PÉROLA

Uma Santa Catarina diferente, aconchegante e rural é o que você encontrará em Santa Rosa do Sul (a 242 quilômetros de Floripa), cidadezinha distante do agito do litoral do Estado. Com uma população de quase dez mil habitantes, a maioria de origem italiana e açoriana, a cidade é muito bem cuidada e receptiva. Além dos lagos da Escola Agrotécnica Federal de Sombrio, uma boa opção de lazer é o Parque Municipal Cachoeira da Peroba, que abriga uma linda queda d’água com o mesmo nome. Santa Rosa do Sul faz aniversário em pleno verão, no dia 4 de janeiro.


TRILEGAL

Conheça os rincões da BR-101, que segue pelas cidadezinhas da margem oeste da lagoa dos Patos até Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Vá até o município de Mostardas, a cerca de 209 quilômetros de Porto Alegre. De um lado, a lagoa dos Patos, onde você pode praticar esportes aquáticos e pescar. À direita, as praias do Atlântico Sul e o parque Nacional da Lagoa do Peixes, com suas dunas móveis e espécies de aves migratórias que passam o verão por lá, como o maçarico-de-sobre-branco, que parte dali para o ártico, numa viagem de 20 mil quilômetros. O parque abriga ainda garças-mouras, flamingos, biguás e, mais raramente, até pingüins. Quer encontrar o sossego? Dê uma caminhada e um mergulho nas águas da praia da Solidão.

(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de dezembro de 2005)







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