Arroz do bom

Por Cassio Waki

Arroz no café-da-manhã, no almoço e no jantar. Esse grão é a base da alimentação no Japão e até já serviu de moeda, séculos atrás, na pequena ilha asiática. Com tamanha importância, a bebida tradicional do país não podia ser feita de outra coisa. O saquê é produzido pela fermentação de um tipo especial de arroz, chamado shinpakumai – cujos grãos são mais longos e mais duros que os convencionais, e possuem uma grande concentração de amido. Na produção da bebida, os grãos perdem a casca, são limpos, polidos, amassados e produzem açúcar, momento no qual é adicionado levedo de saquê, um fungo muito parecido com o usado na produção de cerveja. A qualidade do saquê melhora de acordo com o grau de polimento desse arroz. Quanto maior o grau de polimento, mais suave a bebida irá descer e aquecer seu corpo.

Para degustar um bom saquê aqui no Brasil, procure sempre por restaurantes japoneses mais tradicionais e opte pelas bebidas importadas. “Dê uma olhada no cardápio e vá pelo preço que, normalmente, é referência para qualidade. Até porque pelo rótulo é praticamente impossível, a não ser que a pessoa entenda o que está escrito”, aconselha Ennio Federico, enólogo e gourmet, que não deixa de ter uma garrafa de saquê no seu estoque. Para sentir todo o sabor e aroma do saquê, prefira copos longos convencionais ou taças – pode ser as de vinho mesmo –, até porque os copos quadrados de madeira e o sal são mais charme dos restaurantes brasileiros. “É possível fazer o mesmo processo dos vinhos, vendo sua limpidez e sentindo aroma e gosto”, conta Ennio. (Cassio Waki)

Dica quente:

O saquê é uma bebida versátil. O mais comum é beber gelado, mas você pode experimentá-lo apenas frio ou até “on the rocks”. E agora que a temperatura está baixa, tente experimentar o drink aquecido. É só colocar o saquê em outro vasilhame e mergulhá-lo em água quente por cerca de cinco a dez minutos – não deixe ferver senão o álcool vai embora. Outra: depois de aberta, a garrafa deve ser guardada na geladeira e consumida no máximo em duas semanas.


(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de junho de 2006)







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