Pedra, flor e espinhos

Por Cassio Waki

A África do Sul sediou pela quarta vez a Cape Epic, uma das provas mais cascas do mundo.Este ano, a maratona de mountain bike aconteceu entre os dias 23 e 31 de março. Confira os números dessa ultraprova

1.086 atletas de 43 países encararam a travessia dificílima, que está em sua quarta edição

886 foi o número total de quilômetros do Cape Epic este ano. É como pedalar de São Paulo à Vitória, no Espírito Santo. A distância foi dividida em oito etapas, sendo que a segunda foi a mais longa, com 132 quilômetros.

15 mil metros de desnível somaram todas as subidas. Logo na primeira etapa, os atletas suaram numa piramba com 2.660 metros.

175 toneladas de equipamentos foram transportadas, diariamente, para montar a infra-estrutura necessária para os acampamentos onde os atletas dormiam ao fim de cada etapa. Isso incluía 1.500 cadeiras, 1.200 colchões, 120 banheiros químicos e 2.400 barracas.

500 mil litros de líquido foram consumidos pelos sedentos atletas. É o mesmo que encher 1 milhão, 666 mil e 666 copinhos de plástico de 300 ml.

12 mil muffins, 1.785 quilos de macarrão e 3.500 quilos de arroz e batata alimentaram um batalhão de 1.086 ciclistas e 500 membros do staff ao longo dos oito dias de prova.

4 brasileiros participaram da prova esse ano: Mário Roma e Julio Paterlini, na categoria master, e Adriana Nascimento e Tomás Sawaya, na dupla mista.

46 horas, 53 minutos e 39 segundos foi o tempo que a dupla Mário e Julio levou para completar os 866 quilômetros. Eles ficaram com o 26º lugar entre as 121 duplas da categoria master e o 109º lugar no geral, entre 603 equipes de 43 países diferentes.

33 horas mais oito minutos foi o tempo total dos campeões do ano, a dupla alemã Karl Platt e Stefan Sahm.

4 furos nos pneus, por causa de pedras em trechos rápidos, além de um câmbio quebrado, atrasaram os brasileiros Mário e Julio. Num só dia, o vice-campeão individual da prova, o dinamarquês Cohen Herik, teve sete furos. A corrida desse ano fomentou um debate sobre o desenvolvimento de pneus mais resistentes com pesos competitivos (abaixo dos 400 gramas).

5 quilos foi o que Julio Paterlini perdeu em oito dias de prova.

1ª prova de MTB de Julio Paterlini em seus aproximadamente 30 anos de ciclismo de estrada. "Tinha muita trilha, subida e descida com pedras. Tive dificuldades técnicas para pedalar nos dois primeiros dias. Mas depois peguei o ritmo". Em junho, Paterlini viaja aos Estados Unidos para encarar 5000 quilômetros de asfalto na categoria solo do Race Across America.

100 quilômetros a cada 5 horas e 30 minutos, em média, levava a dupla brasileira formada por Mário e Julio. "O ritmo é bem mais cadenciado do que no ciclisto de estrada. Nesse mesmo tempo é possível fazer entre 200 e 250 quilômetros", diz Paterlini.

6 dias ou 623 quilômetros foi a distância que Adriana Nascimento pedalou sozinha devido à desistência de sua dupla no segundo dia de competição. "O Tomás teve uma hérnia e a equipe médica da prova recomendou que parasse. Mas resolvi continuar porque estava bem e queria conhecer uma prova longa. O máximo que eu tinha feito eram cinco dias".

6 horas era o tempo que Adriana pedalava por dia. "Sozinha é até mais fácil, porque você faz o ritmo que quiser. Em dupla você tem que administrar dois ritmos diferentes".

(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de maio de 2007)







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