Olho grande


3 EM 1: O paramotor, seu reflexo e sua sombra na mesma foto fizeram a cabeça do júri popular

Por Mario Mele

UMA VERDADEIRA CELEBRAÇÃO DOS ESPORTES PLANADORES, o Festival Internacional Del Aire (FIA) – Festival Internacional do Ar, em espanhol – abre espaço para esportes como parapente, paramotor, ultraleve, asa-delta e pára-quedas. Mas mais importante do que o veículo utilizado é o registro que cada condutor trás de lá de cima, seja em vídeo ou foto.

Em 2007, o FIA chegou à sua oitava edição. Nos dias 13, 14 e 15 de julho, 250 profissionais do ar e outros milhares de curiosos se esbarraram nas proximidades de El Yelmo, a famosa montanha de Sierra de Segura. O lugar, que é a maior área de proteção ambiental da Espanha, fica a leste da província autônoma de Andaluzia.

Já na edição inaugural, o FIA conseguiu atrair mais de mil visitantes. Em 2005 esse número subiu para 15 mil. Desde então, a organização se aproveita do sucesso de audiência para oferecer diferentes atrações mesmo àqueles que caem ali de pára-quedas – e não estamos falando dos competidores. Há seminários sobre segurança de vôo, condições meteorológicas e acrobacias aéreas, além das mostras de projetos aerodinâmicos inovadores.

Mas o ponto alto do evento é a divulgação e premiação de filmes e fotos aéreas. Um dos únicos no mundo a promover um trabalho desse tipo, o festival conta com uma banca de jurados composta por pilotos, fotógrafos e cineastas, que só este ano distribuiu 12 mil euros (mais de R$ 30 mil) aos ganhadores.

Coast to Coast foi eleito o melhor filme. A produção do suíço Olivier Aubert e do sul-africano Mike Blyth é sobre um vôo de ultraleve pela África, de leste a oeste, desvendando paisagens e revelando detalhes da cultura do continente. Do alto, a dupla se orientou basicamente pelos grandes rios, como o Zambezi e o Okavango, e demorou quatro meses para percorrer o trecho de 12 mil quilômetros da expedição.

Na categoria “esporte aéreo”, quem levou a estatueta foi o diretor Herminio Cordido. Sua narrativa I’d Rather Fly acompanha os arriscados saltos do base jumper Lonnie Bissonnete pelo mundo. No quesito “aventura”, o francês Gilles Chappaz se deu melhor com Extremement Votre, documentário e homenagem in memoriam a Jean-Marc Boivin, primeira pessoa a decolar com um parapente do topo do Everest. Intitulada “Más reflejos” a foto ao lado pertence à espanhola Angela de Orleans e foi uma das escolhidas pelo júri popular.

O interesse do Festival Internacional Del Aire em unir entretenimento, esporte e competição é uma fórmula que vem dando certo. Para o ano que vem, a aposta é mostrar que o vôo livre pode ser um dos pilares para a promoção do turismo na região de Andaluzia.


(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de agosto de 2007)







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