Porta da esperança

Por Cassio Waki

NÃO É UMA TAREFA FÁCIL COLOCAR UM ESPORTE na programação de uma Olimpíada. Mas depois que o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, anunciou o Rio de Janeiro como sede dos jogos de 2016, todo o assunto que envolve uma Olimpíada, antes restrito a países de primeiro mundo e superatletas, ficou comum entre os brasileiros.

O COI limita os Jogos a 28 esportes, 301 provas e 10.500 atletas. É pouco, se contarmos a imensidão de atividades físicas que existem no mundo. E das modalidades que estão lá, é menor ainda o número das que prezam pela prática ao ar livre, com contato direto com a natureza. Hoje, temos apenas triathlon, canoagem em descida de rio, remo, mountain bike, BMX e vela.

“A cada edição dos Jogos Olímpicos, o COI, por meio da Comissão de Programação Olímpica, abre a possibilidade de inclusão ou exclusão de um ou mais esportes no programa. Esse pleito é analisado pelo Comitê Executivo, que depois encaminha suas propostas à assembleia para aprovação ou não”, diz Marcus Vinícius, membro do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Para 2016, não há mais como um esporte e uma modalidade ingressarem no quadro de programação esportiva, pois o COI já fez a escolha dos novos contemplados: rúgbi e golfe. Além desses, mais cinco esportes tentaram vagas sem sucesso: squash, karatê, patinação de velocidade, beisebol e softbol. “Agora, somente após Londres 2012 o COI começará a reavaliar os esportes que podem entrar ou sair do Programa Olímpico”, diz Marcus Vinícius. Essas novas modalidades entram nos jogos de 2020, ainda sem local definido.

O COI DEFINE ESPORTE COMO O USO MAIS AMPLO de uma prática esportiva. Por exemplo: ciclismo, esportes aquáticos e canoagem. Modalidade é a definição para categorias inseridas em seus esportes, ou seja, ciclismo de pista é uma modalidade do ciclismo, natação é uma modalidade de esportes aquáticos e canoagem slalom, uma modalidade da canoagem. Provas são os eventos que acontecem dentro das modalidades. A prova contra-relógio ocorre dentro da modalidade ciclismo pista, a maratona aquática de 10 quilômetros feminino está inserida na natação e o K1 masculino é uma prova da canoagem slalom.

Para que um esporte seja avaliado pelo COI é necessário que tenha federações internacional e nacional com estatutos, práticas e atividades de acordo com as bases do COI e serem signatárias da Agência Mundial Anti-Doping (WADA). O esporte e a modalidade devem ser praticados por homens em 75 países e em quatro continentes, e pelas mulheres em 40 países e três continentes. As provas devem ser praticadas por homens em 50 países e três continentes, e pelas mulheres em 35 países e três continentes, além de terem sido incluídas em, no mínimo, duas competições internacionais ou continentais.

A entrada de um esporte no Programa Olímpico deve acontecer até sete anos antes da edição dos Jogos. Modalidades e provas podem ser inseridas até três anos antes. “Os requisitos devem ser a relevância do esporte, modalidade ou prova para o Movimento Olímpico, e no caso do esporte, estar bem organizado mundialmente”, explica Marcus Vinícius.

Mas ainda há uma chance para alguns. Três anos antes do início de qualquer Olimpíada pode haver inclusão de provas em esportes já existentes na programação. Em 2005, por exemplo, a maratona aquática e o BMX foram inseridos em esportes aquáticos e em ciclismo, respectivamente, para os jogos de Pequim, que aconteceram ano passado.

De acordo com o COI, as Federações Internacionais dos 28 esportes selecionados para o Rio 2016 podem, em 2013, propor à Comissão de Programação Olímpica a inclusão de novas provas. Ainda não há nenhuma previsão ou pedido registrado pela comissão até agora.

(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de novembro de 2009)







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