Férias suadas

Que descanso que nada: aproveite seus dias de folga para se jogar em roteiros não apenas bonitos, mas cheios de opções para você melhorar sua performance em escalada, bike, canoagem e corrida

Por Gordy Megroz e Camila Junqueira

Corrida de montanha
>> Serra do Rio do Rastro, Santa Catarina
Você já: Fez uma maratona de asfalto, algumas trilhas difíceis caminhando e, de vez em quando, corre na terra.
Você quer: Correr mais em montanhas, tropeçar menos nos trechos técnicos e ser mais veloz nas subidas.
O roteiro: Hospede-se no Eco Resort Rio do Rastro (quarto duplo com café da manhã a partir de R$ 322; riodorastro.com.br), que está a 1.420 metros de altura, no topo da SC-438, estrada que atravessa a serra do Rio do Rastro. No primeiro dia, para aclimatar, suba correndo os 21 quilômetros que separam a cidade de Lauro Müller (que fica a 220 metros de altura) do resort. É um trecho de asfalto, mas superar tanto desnível em tão poucos quilômetros vai te dar uma boa base de força e resistência para a montanha. No dia seguinte, vá de carro até Urubici e corra pela estrada de terra que leva ao morro da Igreja, a 1.826 metros de altura. Não fique de bobeira lá em cima: em 1996 foram registradas ali as temperaturas mais baixas do país. Curta um pouco o visual e desça antes que seu corpo esfrie. Depois explore as trilhas do Parque Nacional de São Joaquim, como a das nascentes do rio Pelotas ou a da Pedra Furada, de acordo com o tempo que tiver para a viagem. Não vá embora sem correr pelos arredores do resort, de onde saem diversas trilhas técnicas, como a do Puma Solitário e da Borda da Serra.
Equipamentos essenciais: Na montanha é bom ter sempre à mão uma jaqueta impermeável leve, alguma comida (géis de carboidrato ou barrinhas de cereais funcionam bem) e uma lanterna de cabeça para emergências, além de um pouco de água ou isotônico. Leve tudo isso na mochila The North Face Enduro 18 (R$ 380; thenorthface.com.br), que tem espaço para duas caramanholas e reservatório de água. Você também vai precisar de um bom tênis de trilha, como o Salomon Speed Cross 3 (R$ 480; salomonbrasil.com).

Caiaque oceânico
>> Lago Superior, Ontário (Canadá)
Você já: Remou distâncias longas por águas calmas.
Você quer: Liderar uma viagem de caiaque casca-grossa de vários dias.
O roteiro: A costa norte do lago Superior, em Ontário, é repleta de florestas úmidas, ruínas dos índios Ojibwe e praias de areia desertas. Mas também é cheia de costeiras escarpadas. Antes de enfrentá-la, tenha a certeza de que você consegue fazer um autorresgate (ou seja, é capaz de subir de novo no caiaque caso ele vire e de esvaziá-lo de água). Só então prove os 40 quilômetros da jornada que vai saltando de ilha em ilha desde o porto de Gargantua até a baía de Old Woman. Quem recomenda o roteiro é David Wells, instrutor de caiaque e dono da agência Naturally Superior Adventures, em Wawa, uma cidadezinha de Ontário. Organize o traslado com o resort Twilight (US$ 120; 705 882 2183) em Montreal River – eles te pegam e depois te deixam em Gargantua. Saindo de lá, passe remando por Agawa Rock e vá em direção ao Grindstone Point, uma área onde a erosão formou piscinas de pedra lisinhas ao longo de costas perfeitas para descansar. Ao longo do caminho, você pode escolher uma praia das diversas ilhas que cruzará para acampar. No último dia da viagem, programe-se para chegar a Still Creek Falls, onde uma caminhada de menos de 300 metros dá acesso a uma série de cachoeiras. Depois, monte outra vez no caiaque e reme ao lado das fascinantes falésias de 120 metros de altura da baía de Old Woman, o lugar da sua chegada.
Equipamentos essenciais: O lago Superior é rochoso e frio, então vá com um caiaque oceânico que tenha entre 4 a 5 metros de comprimento, use um farmer john (roupa de neoprene igual a um long john, só que sem mangas) como o Ultra da NRS (US$ 105; nrsweb.com) e botinhas de neoprene como as Vortex da L.L.Bean (US$ 39; llbean.com). A guarda costeira canadense exige que cada barco tenha um dispositivo sinalizador (um apito ou uma lanterna estroboscópica), 15 metros de corda de resgate flutuante e bomba de segurança para drenar a água do barco. Você pode alugar tudo, com exceção das botinhas de neoprene, na própria Naturally Superior (a partir de US$ 80 por dia; naturallysuperior.com).

Surf

>> Mal Pais, Costa Rica
Você já: Atravessou a arrebentação remando diversas vezes sem problemas e já conseguiu dropar várias ondas.
Você quer: Surfar ondas maiores, e fazer isso enquanto se hospeda em um belo quarto à beira da praia.
O roteiro: Mal Pais é uma pequena vila de surfistas localizada na península de Nicoya, onde se chega de avião a partir de San José. Lá há até um restaurante de sushi na praia. Tanta conveniência tem suas vantagens: uma vez que você chega, não precisa mais tirar a bermuda. Uma boa pedida é ficar na Florblanca Surf House, uma vila à beira mar com duchas ao ar livre (acomodação para até seis pessoas a partir de US$ 350; florblanca.com). Depois é só cair na água. Comece com uma aula no Blue Surf Sanctuary (US$ 55 por duas horas; bluesurfsanctuary.com) em La Lora, cuja ondulação chega a imponentes dois metros de altura. Se depois de alguns dias você já estiver mais confiante e se sentir à vontade para enfrentar uma série por conta própria, experimente a Suck Rock, uma praia de coral com ondas um pouco maiores. Delicie-se com o peixe fresco e a cerveja gelada do Roca Mar e, literalmente, não tire o pé da areia.
Equipamentos essenciais: A loja Kina Surf oferece uma ampla seleção de pranchas para aluguel, com modelos de diversas marcas (a partir de US$ 8 por dia; kinasurfcostarica.com). Você também vai precisar de boas bermudas e de uma lycra de manga longa para se proteger das assaduras e do sol, como a Quiksilver Plain (US$ 33; quiksilver.com).

Mountain bike

>> Serra da Canastra, Minas Gerais
Você já: Calejou o traseiro em alguns treinos relativamente longos (de 3 a 4 horas) em terrenos acidentados.
Você quer: Conhecer um lugar novo se deslocando apenas de bike e, de quebra, ganhar resistência, aprimorar a técnica e comer comida caseira da melhor qualidade.
O roteiro: Em quatro dias de pedaladas você dará uma volta de cerca de 350 quilômetros pela serra da Canastra, passando pelas principais atrações naturais da região mineira. Prepare-se psicologicamente para uma média de quase 90 quilômetros por dia. Comece em Delfinópolis e vá em direção à entrada de Sacramento do Parque Nacional da Serra da Canastra. Não se afobe a princípio: encontre um ritmo confortável e aproveite o visual – logo você vai sentir o acúmulo dos quilômetros e das subidas. São quase 40 quilômetros até a vila de Sete Voltas, ainda antes da portaria, por isso coma algo leve por lá e descanse um pouco. Monte novamente na magrela, entre no parque (R$ 12 de taxa de entrada para gringos e R$ 6 para brasileiros; serradacanastra.com.br) e pedale os 25 quilômetros que levam à portaria de São João Batista. Durma na única hospedaria desse arraial, a Pousada da Serra, do Ricardo, que também é ciclista e com quem você pode trocar uma ideia sobre as trilhas da região (diárias a partir de R$ 180 por casal com café da manhã; serradacanastra.com.br/pousadas/pousadadaserra). Acorde com tempo para aproveitar o desjejum: o pão de queijo e o bolo de milho são feitos na pousada e chegam à mesa ainda quentes. Entre novamente no parque e se aqueça subindo os cerca de 3 quilômetros descidos na tarde anterior para chegar a São João Batista. Depois de uns 10 quilômetros, passe pela Garagem de Pedra, um mirante de onde se vê o imenso vale dos Cândidos. Siga mais um pouco pela estradinha principal e desvie à direita para um bate-e-volta até a parte de cima da cachoeira Casca D’Anta. Lá, procure uma pedra cômoda e alimente-se. Já a apenas 14 quilômetros de São Roque de Minas, onde você passará essa noite, veja a nascente do rio São Francisco. Então desça em direção à cidade e escolha uma entre as diversas opções de hospedagem com as quais cruzará ao sair do parque. Tome um bom banho e pergunte no hotel por um bom restaurante de comida típica e prove um tutu à mineira com cerveja bem gelada no jantar. No seu terceiro dia de viagem, saia de São Roque de Minas em direção a Vargem Bonita e depois siga no sentido São José do Barreiro. Um pouco depois da cidade você pode pegar uma saída à direita e fazer uma ida-e-volta de 8 quilômetros para ver a Casca D’Anta por baixo. Suba então pela serra Branca, atravesse o Chapadão da Babilônia e durma na Pousada da Vanda, que está praticamente no meio do nada (R$ 20 o pernoite em quarto coletivo; 35 9997-0057, ligue para fazer a reserva e garantir que haverá alguém para te receber lá). Não resista às frutas em calda ou a um pedaço de doce de leite com queijo caseiro. No último dia, pedale pelo Caminho do Céu de volta à Delfinópolis. Durante todo o percurso, preste atenção nos animais – se você não fizer muito barulho, é bem provável que veja lobos-guarás, veados-campeiros e tamanduás-bandeiras. E não deixe de levar para casa o famoso queijo de minas da Serra da Canastra, muito fácil de encontrar em Delfinópolis.
Equipamentos essenciais: Além de uma boa mountain bike e de um kit de reparos básico, você precisará de um bagageiro leve de alumínio. O Topeak MTX Beam Rack é compatível com bikes rígidas e full suspension e aguenta até 9 quilos (mais do que o suficiente para uma muda de roupa para noite, algo de comida e uma nécessaire minimalista com itens de higiene pessoal; R$ 230; topeak.com). Você pode levar uma mochila no bagageiro ou, opção mais cômoda, um alforje traseiro como o Deuter Rack Top (R$ 189; deuter.com.br).

Montanhismo

>> Monte Shasta, Califórnia (EUA)
Você já: Subiu uma montanha de mais de 4.000 metros de altura.
Você quer: Entrar no mundo da escalada técnica de alta montanha.
O roteiro: A 4.322 metros de altura, o monte Shasta é muito menos perigoso que outros picos norte-americanos, como o monte Rainier, mas, por estar coberto de geleiras, é bastante técnico. Você pode subir a face norte, a mais desafiadora, em uma expedição de três dias guiada pelos instrutores da Shasta Mountain Guides (US$ 600; shastaguides.com). Nela, aprenderá a usar uma piqueta, a andar com crampões e a reconhecer bem as gretas locais. A expedição começa com uma caminhada de menos de cinco quilômetros desde o princípio da trilha conhecida como Avalanche Gulch até o acampamento base, uma grande moraina a quase 2.900 metros de altura. No dia seguinte, você acordará às 3h da madrugada e subirá 1.500 metros por degraus de 5 a 40 graus de inclinação com cordas e crampões. Uma vez superada a Ramp (uma escalada de 35 graus), você verá duas torres de pedra de cerca de 15 metros de altura – sinal de que se está perto do cume. Depois de atravessar cuidadosamente o escorregadio e gelado corredor Bolam, siga para o topo, faça o registro fotográfico de sua conquista e então caminhe de volta ao acampamento base. Não deixe de ir à fonte Stewart para experimentar uma das enormes saunas naturais de vapor que estão no caminho de volta (US$ 28; stewartmineralsprings.com).
Equipamentos essenciais: Você precisará de uma mochila de cerca de 40 litros, como a Osprey Variant 37 (US$ 169; ospreypacks.com), de um capacete leve como o Petzl Meteor III (US$ 100; petzl.com) e de uma piqueta como a Black Diamond Raven Pro (US$ 100; blackdiamondequipament.com). Não deixe de levar crampões ligeiros de fivela (os Black Diamond Contact são ótimos; US$ 140) e botas como as La Sportiva Nepal (US$ 475; sportive.com). Também há equipamentos disponíveis para alugar na loja Fifth Season Outdoor em monte Shasta, a cidadezinha que está aos pés da montanha.

Aventura



>> Sul do Chile e Argentina

Você tem: Duas semanas livres e dinheiro suficiente para uma passagem de avião para Santiago.
Você quer: Remar por imensos fiordes, caminhar por campos de gelo e pescar uma truta das grandes.
O roteiro: Para uma road trip no esquema “faça você mesmo”, não há melhor opção que a Patagônia chilena e a argentina. Lá você pode variar entre fiordes, montanhas e rios cheios de trutas. Algumas estradas são precárias, por isso você terá de usar um 4×4. Voe para a cidade chilena de Punta Arenas (há vôos diretos de Santiago) e alugue um carro. De lá, dirija por seis horas até o renomadíssimo Parque Nacional de Torres del Paine e faça a trilha do Vale Francês. Fique no Cerro Guido (a partir de US$ 200; cerroguido.cl), uma estância que serve um fantástico cordeiro assado. Então dirija-se para o nordeste. Próxima parada: El Calafate, na Argentina, a quatro horas de distância, onde você pode se hospedar no hotel El Quijote (quartos duplos, US$ 104; 011-54-2902-491017) e adormecer ao som dos estalidos dos glaciares. Depois parta para El Chaltén, perto dos 3.375 metros de altura do monte Fitz Roy. Após um trekking pelos campos de gelo das redondezas, volte ao Chile pela Ruta 40. Não esqueça de encher o tanque antes: é uma viagem de 12 horas e meia por um deserto vazio. Na chegada, uma boa opção é o hotel Hacienda Tres Lagos (quartos duplos a partir de US$ 150; haciendatreslagos.com), perto de Chile Chico. Deixe que os instrutores de fly-fishing do hotel te levem para pegar uma gorda truta marrom no rio Baker (a partir de US$ 290 por pessoa por dia). Prefere ir sozinho? Procure as águas cor de esmeralda perto de Coihaique e coloque suas iscas voadoras em ação no rio Simpson. Você pode voar de volta do aeroporto de Balmaceda, que está nos arredores ou (mais recomendado) estender a viagem com uma jornada de 400 quilômetros em direção ao norte pela famosa Carretera Austral até o Parque Pumalin, salpicado de incríveis fiordes. Alugue um caiaque oceânico na agência Alsur Expedictions, localizada no parque (a partir de US$ 50 por dia; alsurexpedictions.com), depois dirija-se ao fiorde Quintupeo flutuando por debaixo de cachoeiras e ao lado de enormes paredões de granito.
Equipamentos essenciais: Antes de partir, faça um bom seguro de viagem como o da Travel Guard (uma apólice de US$ 500 te protege de tudo, de acidentes a panes mecânicas no seu carro; travelguard.com). Em Punta Arena, alugue um 4×4 – os modelos mais populares são a Toyota Hilux e o Chevrolet Tundra (a partir de US$ 1.000 por duas semanas).

Rafting

>> Rio Green, Colorado e Utah (EUA)
Você já: Remou o bote de rafting do teu amigo em corredeiras suaves.
Você quer: Guiar sua primeira expedição flutuante.
O roteiro: Para guiar uma viagem de vários dias descendo corredeiras classe III, você precisa saber direcionar diretinho o barco por águas brancas, evitar obstáculos como árvores caídas pelo caminho, comunicar-se com outros botes e fazer autorresgate caso o barco vire. Lógico que sua primeira aventura deve ter algumas corredeiras divertidas, mas nada muito casca-grossa, por isso recomendamos o rio Green, na altura da região do Dinosaur National Monument. Lá, nada melhor que uma remada de 70 quilômetros em quatro dias de expedição pelos cânions do Gates of Lodore. Esse trecho conta com sete corredeiras classe III e áreas de acampamento com chão de areia, rodeadas por altos paredões naturais de pedra vermelha (um guarda do parque te leva diretamente a esses lugares quando você retira sua autorização; US$ 15 de taxa de inscrição, US$ 185 por autorização de vários dias; nps.gov/dino). Outros passeios incluem uma viagem ao Jones Hole Creek, um cânion de 365 metros com cachoeiras (legal de descer rapelando) e visitas a pinturas rupestres da tribo indígena Fremont.
Equipamentos essenciais: Uma viagem desse tipo requer um bote resistente e autodrenante de cerca de 4,5 metros de comprimento, um kit para cozinhar, caixas térmicas para conservar a comida, um remo e um colete salva-vidas extras por bote, uma lata para usar como banheiro portátil, um kit de primeiros socorros e sacos estanques. A vantagem dos cânions Gates of Lodore, no entanto, é que você realmente não precisa levar nada além de uma barranca e um saco de dormir. A empresa River Runners Transport te pega em Vernal (onde você fará compras e preparará a bagagem), em Utah, e organiza seu traslado entre o ponto de saída na Lodore Ranger Station e seu ponto de chegada em Split Mountain (o aluguel do bote e de outros materiais custa US$ 75 por dia por pessoa; com refeições são mais US$ 20 por pessoa; riverrunnerstransport.com).

Ciclismo de estrada

>> Aspen, Colorado (EUA)
Você já: Pedala regularmente cerca de 50 quilômetros três vezes por semana por estradas sem muitas subidas duras.
Você quer: Começar a encarar serras e desníveis de responsa.
O roteiro: A USA Pro Cycling Challenge, uma competição por etapas de sete dias de duração conhecida como o “Tour de France norte-americano”, rola no estado do Colorado por uma razão: é o único lugar daquele país que rivaliza com os Alpes. Seu objetivo será o Independence Pass, uma estradinha de montanha ao lado de Aspen que chega a 3.700 metros de altura, com uma subida em ziguezague monstruosa onde Lance Armstrong treina de vez em quando. Se seu orçamento é à prova de crise, fique no hotel Little Nell (quartos duplos a partir de US$ 565; thelittlenell.com), que oferece aparelhos de GPS e filmadoras de capacete grátis para os ciclistas. Se a grana estiver apertada, hospede-se no Hearthstone House (quartos duplos a partir de US$ 149; heartstonehouse.com). Aqueça-se com estas três primeiras etapas:

> Dia um: Aclimatize-se nos 67 quilômetros quase planos da estradinha Rio Grande, que percorre o vale Roaring Fork. Sente-se forte? Emende o pedal na estrada Glenwood Canyon Recreational e faça outros 25 quilômetros pelos espetaculares cânions do rio Colorado.
> Dia dois: Ladeira acima. Gire de Basalt até o reservatório Ruedi, uma estrada de 25 quilômetros pelo rio Frying Pan, que inclui uma íngreme subida de mais de 1,5 quilômetro logo ao sair da cidadezinha de Basalt. Bônus: ao chegar ao reservatório, estenda o pedal com outros 22 quilômetros até onde o asfalto termina, em Hagerman Pass, completando um bate e volta de quase 97 quilômetros.
> Dia três: Uma subida moderada de 25 quilômetros (com um par de trechos mais íngremes) pela estrada de Castle Creek, saindo de Aspen até a cidade de Ashcroft. Essa pedalada te dará uma boa base de força. Para aumentar o treino, desça de volta até a rotatória de Aspen e então suba os 11 quilômetros a 5 constantes graus de inclinação que levam até Maroon Bells.
> Dia quatro: Ataque o Independence Pass, uma escalada de 32 quilômetros que começa logo ao lado da cidade e sobe 1.280 metros por campos nevados. Não esqueça de levar uma boa jaqueta impermeável – seu suor vai te congelar na descida.
Equipamentos essenciais: Pedalar sem grandes perrengues por uma região de montanhas, onde chuvas de final de tarde e variações de temperatura de 15oC são normais, é uma questão de microajustes. Manguitos para dias de frio como os Pearl Izumi Thermal Lite (US$20; pearlizumi.com) são ótimos porque você pode abaixá-los sem parar de pedalar quando começar a esquentar. Mesmo quando a previsão do tempo for boa, tenha sempre à mão uma jaqueta impermeável leve e resistente ao vento e à chuva, como a Hincapie Pocket Shell (US$ 90; hincapie.com).

Escalada


>> São Bento do Sapucaí, São Paulo
Você já: Escalou algumas vezes em paredes indoor e não tem (muito) medo de altura.
Você quer: Começar a escalar em rocha e entender a logística e o funcionamento dos equipamentos.
A viagem: Algumas das mais importantes vias de escalada esportiva do Brasil estão no Complexo do Baú, em São Bento do Sapucaí (SP). Em suas três grandes montanhas de pedra (Bauzinho, Pedra do Baú e Ana Chata), há inúmeras vias de diversos graus de dificuldade e paredões de até 400 metros de altura. Antes de se aventurar por conta própria, faça o curso básico de um final de semana que o experiente escalador Eliseu Frechou dá na Escola de Escalada Montanhismus (R$ 550 por pessoa o final de semana de curso, com alojamento e empréstimo de equipamentos incluídos; montanhismus.com.br) e aprenda as técnicas da escalada livre e rapel, os principais nós, a logística e os sistemas de proteção e segurança. Uma boa opção de hospedagem é a Pousada Quilombo (quarto duplo de R$ 360 a R$ 540, dependendo do tipo de acomodação; pousadadoquilombo.com.br). Na primeira noite, relaxe com a tentadora carta de vinhos do restaurante Trincheira, localizado na própria pousada. No dia seguinte, encare alguma parede da Ana Chata, onde estão as vias com menor grau de dificuldade. Explore a região com a ajuda do Manual de Escaladas da Pedra do Baú e do Sul de Minas, escrito por Eliseu (R$ 20; você pode comprá-lo na Montanhismus ou pelo site mountainvoice.com.br), que tem mais de 250 rotas detalhadas. Aproveite melhor o tempo e não se meta em roubadas nas primeiras escaladas contratando um guia de montanha para conhecer os melhores acessos e os rapéis das rotas.
Equipamentos Essenciais: Durante o curso, você pode usar todos os equipamentos de escalada da Montanhismus. Já o kit básico para escalada em rocha, considerando que você já tem sapatilha, cadeirinha e capacete, é: uma mochila resistente e desenvolvida especialmente para escalada como a Equinox Kiihú de 50 litros (R$ 310; equinox.com.br), uma corda dinâmica de 60 metros como a Beal Tiger (R$ 675; arcoeflecha.com.br), um descensor autoblocante como o Petzl Grigri (R$ 500; arcoeflecha.com.br), diversas costuras como a Black Diamond Positron Quickdraw (R$ 112; blackdiamondbr.com) e um freio para rapelar tipo 8 ou ATC (como o Black Diamond Super 8 ou o ATC-Sport, R$ 75 e R$ 73 respectivamente; blackdiamondbr.com).

(Reportagem publicada originalmente na Go Outside de junho de 2012)







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