A lenda do half-pipe


IRADO: Tony Hawk em uma de suas manobras

Por Mariana Mesquita, da Go Outside online

Em 1988, a convite da extinta Overall e ainda moleque, o skatista Tony Hawk veio pela primeira vez ao Brasil para participar do histórico campeonato Sea Clube Overall Skate Show. Com certeza, a rápida passagem pelo país não deixou boas lembranças para o skatista. Graças ao famoso tempero brasileiro, ele teve uma indisposição estomacal e quase não participou do evento.

Naquela época com 25 anos de idade, Tony já havia participado de 103 campeonatos profissionais, vencendo 73 vezes e ficando 19 deles em segundo lugar, um recorde que dificilmente será batido. Sagrou–se campeão mundial de vertical por 12 anos consecutivos. Em 1999, ele se tornou o primeiro skatista do mundo a realizar um grio de 900º (assista ao vídeo da manobra aqui).

Hoje, 24 anos depois de sua primeira visita ao Brasil, Tony, de 42 anos, retornou ao Brasil para participar da 8ª edição do Festival Jump, em São Paulo, que rolou entre os dias 6 e 9 de outubro no Ginásio do Ibirapuera (Confira o resultado do Festival no site da ESPN).

Na manhã de sábado (8), o skatista enfrentou a bateria de entrevistas sem deixar o bom humor de lado. A Go Outside estava lá e conversou com a lenda sobre o festival, família, jogos e, principalmente, o skate.

GO OUTSIDE: Você veio ao Brasil para fazer uma demonstração e não competir de fato no evento, como é isso para você?
TONY HAWK: Na competição você tem que ser preciso. Nela, não existe muito tempo, não se pode errar, não se pode cair. Já nas demonstrações, o skatista pode ousar mais. Podemos cair e arriscar algo novo. Em uma demo, faço o que eu bem entender.

O brasileiro Sandro Dias (Mineirinho) também participará do Jump Festival. Essa não é a primeira vez que estão juntos em um evento. Qual sua opinião sobre ele?
Sandro Dias é um excelente skatista, além de ser um ótimo representante do skate brasileiro. Acho que os brasileiros deveriam se orgulhar dele (risos).

A Tony Hawk Foundation promove o skate construindo skateparks. Como você acha que o skate pode ajudar a sociedade?

Acho que os skateparks ajudam a comunidade trazendo as crianças que não têm o que fazer para andar de skate. Tiram elas das ruas, onde poderiam fazer algo negativo. Os skateparks, principalmente nos EUA, são usados durante todo o dia e provam que são eficientes para essa função.

O Jump Festival junta em um mesmo half skatistas amadores e profissionais. Para você qual a importância disso para os iniciantes?

É importante porque eles são o futuro e precisam de uma oportunidade para ser notados.

E como é pensar que você é um ídolo para essas pessoas?

Fico orgulhoso. Porque eu ainda estou na ativa e, quando me junto com esses caras, consigo sentir essa vibe. Fico muito contente.


LENDA: Tony volta ao Brasil depois de 24 anos e inspira a mulecada do skate

Depois de tudo que você conquistou em sua carreira, quais são suas inspirações hoje?
Minha inspiração hoje são os skatistas que estão extrapolando os limites. Principalmente nas mega rampas. Os caras são insanos, e acho que em pouco tempo eles estarão muito melhores e as atuações, mais impressionantes.

Qual é a importância dos jogos da série Tony Hawk’s Pro Skater na sua carreira? Você imaginou que fariam tanto sucesso?
Mudou minha vida. Não imaginava que a resposta do público seria tão grande e que fosse fazer o sucesso que fez. Fico orgulhoso. Alguns lançamentos estão por vir.

O que você acha do cenário do skate no Brasil?
Acho que é uma cena ótima. Grande parte dos maiores skates do mundo vem do Brasil, então dá para ver que eles praticam o esporte com o coração. Existem skatistas brasileiros bons em vários estilos e gosto de vê-los andando. O Brasil deveria transformar o skate em esporte nacional (risos).

Quais são os planos para sua carreira no skate, daqui para frente?
Vou continuar andando de skate enquanto conseguir. Lançar mais jogos de vídeo game e passar o máximo de tempo possível com minha família.

Assista ao vídeo de Tony e o brasileiro Mineirinho no half do Jump Festival.







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